APRECIE, SABOREIE E DEGUSTE, PELA A SUA SAÚDE!
Vão longe os tempos do Estado Novo e das suas frases fortes de promoção ao vinho. “Beber vinho é dar pão a um milhão de portugueses” é talvez a mais importante de todas, mas não é a única. “Uvas fonte de saúde e de alegria” ou “Cultiva batata na vinha. Encherás a adega e a cozinha” são outras que os estudiosos mantêm vivas. Independentemente das motivações, o que é certo é que o vinho sempre fez parte da dieta dos portugueses.
Durante muitos anos até, em tempos de crise severa, as conhecidas sopas de cavalo cansado, constituídas por um prato de pão velho embebido em vinho tinto, com açúcar e canela, constituíam um poderoso suplemento alimentar para enfrentar a exigente jornada de trabalho. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. O vinho representa um alimento tradicional na dieta mediterrânea, associando-se a ele efeitos benéficos para a saúde, quando consumido com moderação e no quadro de uma alimentação equilibrada.
Na tradição gastronómica portuguesa ele está presente para fazer marinadas e temperos, sendo usado vinho branco nas carnes brancas e vinho tinto nas carnes vermelhas e pratos de forno.
O segredo da dieta mediterrânea é a diversidade. E a sua palavra-chave é moderação. Ou seja, nada de novo se falarmos de vinho. Sendo conhecida pelo efeito protetor de doenças cardiovasculares, a dieta mediterrânea não poderia excluir o vinho. De acordo com as conclusões médicas, um copo de vinho à refeição ajuda nessa prevenção, uma vez que na sua composição, para além do álcool, polifenóis, sais minerais, oligoelementos e fibras, exercendo um efeito tonificante e relaxante e estimulando a circulação sanguínea, o coração e o estômago.
Mas não só. Um estudo recente do Annals of Internal Medicine torna claro que um copo de vinho tinto à hora do jantar a ajuda a aumentar os níveis do chamado “colesterol bom” (HDL) em pessoas com Diabetes tipo 2, além de ser um agente facilitador do sono. Os benefícios não se ficam por aqui: o vinho consumido de forma moderada tem efeitos antioxidantes e permite a diminuição de células tumorais. Além disso, o vinho tinto possibilita alterações macrobióticas, estimulando o aumento de bactérias boas nos intestinos.
Aqui chegados, convém esclarecermos uma coisa. Não, o vinho não faz apenas bem. Se consumido sem moderação, se bebido exageradamente, pode provar problemas de saúde. E é bom que isto fique claro: a toxicidade do álcool afeta o sistema nervoso central e pode, a prazo, ser responsável por perdas graves de memória. O consumo desregrado de vinho pode aumentar ainda o risco de alguns tipos de cancro e outras doenças crónicas que reduzem a qualidade de vida. A hipertensão, as cirroses e as dependências são algumas das mais graves.