APRECIA, SABOREIA, DEGUSTE, UM PATRIMÓNIO DE TODOS !

O vinho português é um importante pilar no desenvolvimento económico do país. Portugal está entre os 15 países que mais vinho produzem em todo o mundo. De todo o vinho produzido por cá, quase metade destina-se à exportação, com um volume médio de vendas que ultrapassa os 700 milhões de euros. Mas o património do vinho não se esgota na sua importância no tecido socioeconómico português. Do ponto de vista turístico, o vinho é um importante veículo de promoção de Portugal no mundo inteiro. O reconhecimento do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade pela Unesco, em 2001, foi fundamental para essa estratégia de proteção da paisagem natural, mas ao mesmo tempo de promoção internacional.

Quem gosta de vinho sabe da força e do poder dos néctares que provêm dos socalcos que rodeiam o rio Douro e os seus afluentes, onde as videiras carregadas de cachos serpenteiam ancoradas nos muros de xisto. O outono duriense, com a azáfama das vindimas, com o corrupio de trabalhadores e cestos nas encostas, é um importante cartão de visita turístico.

O crescente reconhecimento internacional do vinho português está bem patente num estudo divulgado pelo Instituto de Turismo, que revelava que 37% dos operadores turísticos estrangeiros diziam que o vinho é o melhor argumento de promoção do país fora de portas. O crescimento da oferta turística associada à indústria do vinho é outro dos aspectos a valorizar. O Enoturismo, que permite ao visitante vivenciar e participar ativamente em todas as fases de produção do vinho, incluindo as vindimas, é talvez o expoente máximo desse crescimento, com especial enfoque no Douro e muitas outras regiões.

 

UM PAÍS, VÁRIAS REGIÕES

Se olharmos à escala europeia, Portugal é um pequeno país, mas nele cabem 13 regiões vitivinícolas, de personalidade e cultura diferentes: Vinhos Verdes/Minho; Trás-os-Montes; Douro; Bairrada; Dão; Beira Interior, Távora- Varosa e Lafões; Lisboa; Tejo; Península de Setúbal; Alentejo; Algarve; Madeira e Açores. Entre os socalcos acidentados do Douro, onde nascem vinhos fortes carregados de personalidade, e a Costa Oeste da região de Lisboa, que geram vinhos leves, distam pouco mais de 300 quilómetros. Mas é essa diversidade que dá força aos vinhos de Portugal. E de onde vem essa diversidade?

Em primeiro lugar, dos solos. Há-os para todos os gostos. Mais rochosos, mais arenosos. Mais graníticos, mais xistosos. Mais profundos, mais rasteiros. Em segundo lugar, o clima influencia e muito. Mais temperado, mais agressivo. Mais húmido, mais seco. E depois, pormenor muito importante, a qualidade e variedade das castas é determinante para a qualidade e diversidade dos vinhos produzidos no nosso país. Do Moscatel de Setúbal, à Touriga Nacional do Vale do Tejo, passando pela Tinta Roriz do Dão e do Douro, ou a Alvarinho do Minho. E assim nascem vinhos mais encorpados, de bouquet complexo, ou mais frutados e de acidez equilibrada. Robustos de cor carregada, ou mais frescos e leves.